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Tanise Mattos

Jornalista, redatora do Meta Notícias.

Eu viro onça

Eu viro “onça” com injustiça, hipocrisia, preconceito e tantos outras coisas, que deturpam o caráter de alguns. Quando há o que deturpar, é claro!

Mas teve ato mais simbólico do que a fantasia da mulher Paolla Oliveira, que desfilou como madrinha da bateria da escola Grande Rio? Ela virava onça na avenida, em meio a euforia e festa de tantos.

O que no fundo retratou todas as “batalhas’ que tem enfrentado com o julgamento dos juízes, sem canudo, mas com sobra de petulância ao se darem ao desplante de comentarem sobre o seu corpo.

De onde surgiu esse direito? Essa liberdade desenfreada de ferir os outros de forma intencional e sem vergonha alguma?

Em um Pod cast, chamado de Quem Pode, Pode, ela comenta a carga de carregar o título de mulher mais bonita, perfeita, sexy...padrão de beleza!

-Eu adoro Carnaval, fico animada, um dia indo ao ensaio da escola de samba, cansada, vesti roupas mais leves e caíram em cima de mim nas redes, com comentários sobre eu estar fora do padrão, ter engordado e especulando se estaria grávida. Bastou para mim! A minha fantasia, provocou muitas emoções, além de apreciarem, refletiram.

A Paolla virou onça na avenida em defesa própria e de todas as mulheres que se sentem atacadas em suas intimidades, tendo que corresponder a um padrão imposto e inalcansável.

Como diz o ditado, ela “fez de um limão, uma limonada”, sem gritar, sem alardes, em silêncio durante um momento festivo, fez o Brasil parar e pensar.

Já passou da hora de cessarem estes comentários fora de propósito, achando que servem de elogio, “ você está bem mais magra”, “a academia tá fazendo efeito, hein?!”, e coisas do tipo. Elogiem o bom humor, a lealdade, a perspicácia, senso de humanidade e a inteligência.

Desde quando tem graça o deboche de um corpo que não é seu, é de uma pessoa que você não conhece, não está na pele para sentir o que sente, saber o que vive. Você não tem este direito, isto não te compete. Que consigamos ser nós mesmos e desfrutar da presença das pessoas e do que elas oferecem, somente. Avante!

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