Quais os atendimentos e serviços do CAPS, em Butiá
- Meta Notícias
- 29 de set. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de set. de 2023

A redação do Meta recebeu a coordenadora do Caps, Camila Espinosa e a Pedagoga, Claudete Duarte,que já atende há oito anos neste dispositivo de saúde mental.
- O Centro de Atenção Psicossocial surgiu da ideia do serviço substitutivo as internações psiquiátricas no período da reforma psiquiátrica, estes dispositivos foram pensados para atender pacientes com sofrimento mental, transtornos mentais graves, severos e persistentes. Dentro do intuito de inclusão social, cidadania, para que as pessoas que estavam dentro das instituições psiquiátricas, pudessem estar livres, mas cuidadas também. Declarou, Camila.
Atualmente o Caps de Butiá atende de 300 a 420 pacientes ao mês, sendo deles 50% dependentes químicos e 50% com transtornos mentais como bipolaridade, esquizofrenia, depressão graves, juntamente com álcool e outras drogas.
- Quando a pessoa chega no Caps, é realizada uma escuta e acolhida e realizamos um filtro para saber se é um paciente para ser atendido pelo CAPS, ou será encaminhado. A diferença é que atendemos pessoas que tem transtornos mentais grave e persistentes, usuários de substâncias químicas e álcool. Senão são encaminhados as UBS’S, e outros espaços da rede de proteção. Comenta a coordenadora do Caps.
Através do dispositivo AMENT, existem casos de média e alta complexidade. Os de alta complexidade, que são por exemplo casos de depressão graves com ideias suicidas, são atendidos no CAPS. E os casos de média complexidade, são casos menos graves, como depressão onde a pessoa não consegue sair de casa, ou não tem relações sociais.
Nestes casos, do CAPS, a presença e contribuição da família é muito importante, por isso incentivada.
-Quando acontece o transtorno mental grave, severo, onde a família não sabe como lidar com a situação, o que a gente faz, trabalhamos a família para essa relação de atendimento, seja através da oficina de familiares. Elas terão que entender o que acomete e possam saber como lidar com isso. Existem situações em dependente químico grave e severo, onde geralmente ele já rompeu os vínculos familiares, então temos que fazer uma busca ativa a essa família, para que consigam aderir o acompanhamento, e entender que se trata de uma doença, que deverá ser tratada pela vida toda.
Também são realizadas nas terças-feiras, as Visitas Domiciliares e Busca Ativa. A Busca Ativa serve para buscar os pacientes sem adesão ao tratamento, ou trazer as famílias que não estão participando dos grupos, no sentido de promover orientações sobre as medicações e trazer para técnica de enfermagem orientar e ajusta.

E os pacientes além do acompanhamento psicológico e psiquiátrico, podem participar dos grupos e oficinas.
-É de suma importância o paciente poder circular nos grupos e oficinas, porque só a médica psiquiatra, com a medicação, não dá conta do tratamento psicoterapêutico que é necessário, por isso a equipe multidisciplinar, para o tratamento ficar personalizado. Ao fazer acolhimento, que é a entrevista inicial é traçado um Plano Singular Terapêutico, onde estão montadas todas as atividades que o paciente vai participar no CAPS. Por exemplo tem pacientes que já desejam estar em grupo, o dependente químico vai para o grupo de experiências, que é o grupo que se trabalha todas as questões da dependência, ministrado pela psicóloga. Tem o grupo de sentimentos que tem uma troca, uma autoajuda, através da fala e escuta dos seus relatos, uma psicoterapia em grupo, com pacientes que tem transtornos mentais graves e severos e pacientes que são dependentes químicos. Mas é livre, porque o paciente pode não gostar de um grupo e trocar pelo outro. Além das oficinas de música, de cinema. Relatou, Camila.
Para as pessoas que tem vergonha ou receio de procurar o CAPS, a equipe trabalha sob sigilo profissional, o que significa que nada que será compartilhado, quanto a relatos de históricos e diagnósticos, não são levados para fora do ambiente de trabalho.
- A família pode ficar segura ao procurar ajuda, de que não vai sair as informações do setor, e discutimos com a família também uma possível internação, quando é uma situação de risco eminente a própria vida, a gente vai conversar com a psiquiatra que vai montar estratégias para uma internação também. As vezes a internação vem primeiro, para depois um retorno com atendimento no Caps. Comentou, Camila.

A Claudete Duarte, trabalha no Caps desde 2015, como pedagoga ministrando grupos e oficinas.
- Eu já ministrei vários grupos, de experiências, de sentimentos e hoje eu trabalho com grupo de familiares, acolhimentos e visitas domiciliares. No grupo da família a maior dificuldade é chamar o familiar para fazer parte do grupo, pois a família nem sempre aceita que seu familiar tem um CID. Os familiares que têm mais frequentes são os de dependência química, que se interessam em saber como estão, saber como lidar. Este grupo acontece todas as quintas-feiras, onde eles trocam experiências da semana, sobre a administração dos medicamentos e damos dicas de como agir em momento de crise, criando um vínculo conosco.
A Claudete compartilhou uma história de uma paciente, que já ganhou alta e que hoje tem uma vida qualificada, que passou pelo CAPS.
- Temos uma história de uma paciente, que já teve alta. Ela teve problemas com dependência química, precisou de internações, inclusive quando estava grávida, os filhos foram para o Centro Acolher e mediante esta situação ela com a vontade de ter os filhos de volta, com ajuda de toda a nossa equipe. Participou no grupo de experiencias, onde surtiu muito efeito, pois hoje ela tem uma vida estabilizada, com os três filhos e longe do vício, e eu tenho orgulho de dizer que participei deste processo.
E o convite fica aberto para todas as pessoas que sofrem de alguma dor mental, para que procurem apoio.
- Busquem ajuda, não tenham vergonha e receio. O sofrimento mental é grave, ele machuca por isso é importante o tratamento. Indicou, Camila.
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