Saiu no Jornal – Entrevista exclusiva com o lutador e professor, Rato
- Meta Notícias
- 15 de out.
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Um dos lutadores de artes marciais, mais conhecido na cidade pelas conquistas no esporte e pelas aulas que ministra para público kids, é o Arthur da Rosa Pimentel, mais conhecido como Rato.
O Arthur já foi campeão gaúcho e paranaense de Muaythai, Vice Campeão Brasileiro de Muaythai e, Vice Campeão Gaúcho de Boxe Olímpico na categoria elite.
Quem conhece como profê Rato, que trabalha com crianças, desde a época do Projeto Futuro onde passou de aluno a estagiário, e acabou se tornando professor e seguiu atendendo os “pequenos” de 3 a 14 anos, no CT Olimpo Artes Marciais, talvez desconheça ele como atleta que já ganhou vários campeonatos.

Meta/Rodrigo: Como é ser referência para a criançada? Fiquei sabendo que muitas vezes até teu corte de cabelo eles copiam.
Rato: É um prazer inenarrável ser uma pessoa que as crianças possam se espelhar, e se olhar por esse lado. Tenho uma responsabilidade de trabalhar para ser minha melhor versão, tanto na vida de atleta, profissional e pessoal, para assim eu ser um exemplo melhor a ser seguido, então sinto que eles me inspiram a ser melhor.
Meta/ Rodrigo: Tu realizas um trabalho com crianças que possuem diagnóstico do espectro autista. Fala sobre essa experiência!
Rato: Sinto que faço um bom trabalho, mas quando comecei a dar aula confesso que tinha dificuldades de trabalhar com crianças com o espectro autista. Quem me ensinou o que eu sei foi o professor Juan Dorneles, que é especialista em educação inclusiva, tive a oportunidade de dar aula sob a supervisão dele por dois anos, e nesse período ele me ensinou tudo que pratico hoje.
Meta/Rodrigo: Como são os treinos de maneira geral ?
Rato: Os treinos para os menores são treinos bem lúdicos, a maioria das crianças pequenas não quer e nem consegue manter o foco para treinar uma posição específica, como uma passagem de guarda, finalização ou raspagem, então colocamos brincadeiras que façam eles trabalharem as posições específicas sem que eles saibam, e de uma forma divertida para eles. Como por exemplo, a brincadeira de tocar no cabelo, nessa brincadeira eles treinam a reposição e a passagem de guarda, que para eles parece ser apenas uma simples brincadeira de pega pega.
Meta/Rodrigo: Quais as dificuldades e desafios encontrados no dia a dia lidando com a criançada?
Rato: O desafio maior são os primeiros treinos dos alunos. Acontece de entrar algum aluno novo e ele ser agitado ou um pouco perdido, mas com o passar dos treinos ele vai se encaixando nas formações e segue, com tranquilidade.

Meta/Rodrigo: Como é ver, ao longo do tempo, o resultado positivo do teu trabalho na evolução pessoal de cada aluno?
Rato: Comecei a dar aula fazem três anos, até então achava que era pouco tempo, mas já vi alunos meus que começaram bem pequenos e hoje já estão maiores que eu. Recentemente, teve um aluno nosso que pegou a faixa azul, o Jéferson, mais conhecido como Jefinho ou Tererê. E eu estava no primeiro dia de treino dele, fazem alguns anos, e vi a gigantesca evolução no jiu-jitsu, mas muito mais em seus valores, caráter e maturidade, coisas que a arte marcial ajudou em seu crescimento, e me deixa extremamente feliz e orgulhoso de fazer parte da evolução dele e de todos os outros alunos que tive e os que ainda terei.
Meta/Rodrigo: Qual o teu recado para os teus alunos e para os pais que ainda relutam em levar o filho para praticar uma arte marcial, com receio de não se adaptarem as aulas?
Rato: A maioria dos pais tem receio de colocar o filho em uma luta, por medo de se machucar ou de estimular a violência, mas é muito pelo contrário. Como disse anteriormente, o nosso trabalho com a criançada é bem lúdico, e trabalhamos valores como respeito, hierarquia e caráter, a última coisa que estimulamos é a violência em si. Estimulamos a parceria, amizades entre os colegas, onde um ajuda o outro a ser melhor a cada dia, ensinamos que o ato de brigar é uma coisa feia e errada, com esse entendimento o ambiente da luta se torna um lugar confortável para todos.




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