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Saiu no Jornal - Histórias: Selma, frente e verso

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A “professora Selma”, como é conhecida, tem uma história de vida que serve de exemplo de resiliência, dedicação e amor para as pessoas que ela toca, e merece este registro.


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Embora ela seja uma professora aposentada, a Selma de Souza da Silva, de 59 anos, não cessou sua atuação, ela é Neuropsicopedagoga, professora de AEE e gestora da empresa CAP- Consultoria e Assistência Psicopedagógica.


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Selma se descreve como uma pessoa simples, introspectiva, observadora e de poucas palavras. Gosta de sair, mas curte ficar em casa com a família. Adora ler, estudar, costurar, cozinhar, construir jogos, ama um dorama (“dorameira de carteirinha”), ouve músicas clássicas, dos anos 80 e 90, e OST (Doramas). E também adora ajudar os outros e trabalhar com crianças, ainda mais as que tem algum problema de aprendizagem.


Foi desenvolvendo projetos na comissão de educação, dentro do Rotary Club de Butiá, com a escola Orestes, que ela se sentiu “ativada” novamente. Foi então convidada a atuar na escola privada CEB, onde tem uma sala de atendimento e acaba apoiando todas as atividades da escola.


Mas como toda história, vamos começar na raiz desta “inquieta” e de coração gigante, que é a Selminha.


O pai, Arcelino Pereira da Silva (in memorian), era mineiro aposentado, mas também foi pedreiro, carpinteiro e marceneiro. E a mãe, Almíria de Souza da Silva (in memorian), era dona de casa e conforme a Selma, dedicou a vida para família e a formação dos filhos.


-O que sou hoje devo ao exemplo e aos ensinamentos destes dois, para ter os valores e princípios que são meu norte profissional e pessoal até hoje como responsabilidade, respeito, empatia, a enfrentar os desafios com fé e acreditar em meu potencial.


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Os pais eram caseiros mas recebiam em casa os colegas de trabalho, vizinhos e pessoas da vizinhança, dando atenção e carinho. E a mãe preparava refeições deliciosas e no capricho, como contou Selma. E o hábito era saírem para comprar roupas duas vezes no ano, e o pai sempre dizia que pegassem o que precisavam, era generoso.


A Selma tem três irmãos a Cenira (in memoriam), Nubia e Eider, e ela fala com carinho da infância feliz que tiveram.


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-Tive uma infância extremamente feliz com os irmãos e primos. Brincávamos de roda, bonecas, subir em árvores, tomar banho de chuva e aprendemos a construir nossos próprios brinquedos. Estudar era prioridade, para que pudéssemos ter uma vida melhor e ajudar em casa. Eu e meus irmãos sempre fomos muito unidos e brincávamos juntos, não costumávamos ir à casa de colegas ou vizinhos.


E sobre as recordações das festividades familiares o Natal veio primeiro na memória dela.


-O Natal era uma data muito especial! A minha mãe montava a árvore com um galho de pinheiro natural (cheio de espinhos) e, na noite de Natal, nos acordavam de madrugada para vermos e brincarmos com o que Papai Noel nos presenteou, sob o olhar carinhoso dos dois.


Na infância ela se descreve como uma criança feliz, mas quieta na escola. No Magistério, conheci amigas muito especiais que tenho até hoje.


E os desafios dos pais para oferecer uma formação de qualidade aos filhos, ela lembra com emoção.


-Me marcou bastante na adolescência, onde cursei o Magistério (formou-se em 1984), pois a mãe foi companheira presente e lembro do meu pai prestando serviços à escola particular para conseguir pagar nossa mensalidade.


Ela estudou, inicialmente, na escola Dr. Roberto Cardoso (1972), com 6 anos e já entrou sabendo ler e escrever um pouco, por observar as irmãs estudando em casa. Depois o ensino médio foi na escola Alcides Conter, que era particular, para o magistério que funcionava de dia, e por isso a escolha.


-Na verdade, ser professora não era o que queria ser, porém não poderia estudar Administração à noite e, então, ingressei no Magistério, seguindo o exemplo de minhas irmãs. Comecei a “gostar de ser professora” no final do 3º ano e desde, então, esta profissão me encanta cada vez mais, tanto que estou até hoje, investindo cada vez mais nesta área.


Selma se graduou em 2004, em Pedagogia na Ulbra de São Jerônimo, tem várias pós - graduações e cursos de especialização e atualização.


Mas nem tudo foram “flores e primaveras perfumadas” na vida dela, houve a luta contra o câncer, por longos anos, onde ela se inseriu no Grupo de Mama Toque Rosa, e deste período e dos ensinamentos, ela lembra de um pensamento que diz assim “e de repente a vida te vira do avesso e você descobre que este é seu lado certo”.


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-Este pensamento norteou minha caminhada após o diagnóstico de câncer de mama. As prioridades em relação à trabalho mudaram, mas não as em relação à família, que se intensificaram; aprendi a me dar um tempo para descansar, fazer o que me faz feliz, rir ou chorar quando tenho vontade; passei a fazer planos a curto prazo, realizar as tarefas cotidianas com calma; a não me abalar com o que não consigo solucionar ou fazer; ser ainda mais humana, atenciosa e manter a meu lado as pessoas que realmente me fazem bem, mas sem deixar de lado àqueles que contam comigo.


E como recado a todos, esta mulher que priorizou e prioriza a família durante toda a sua vida encerrou a entrevista exaltando o que é importante para ela.


-Encontre sua paz interior (isto nos conecta com Deus e nos torna melhores). Tenha empatia, esteja sempre em movimento e cerque-se de pessoas boas e de bem com a vida. Não guarde rancores ou mágoas e viva cada dia, com pequenos passos que te levarão mais longe.


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