Saúde Mental – O que era só entretenimento está levando crianças pequenas para o hospital

Chama esgotamento digital infantil ou burnout infantil, é provocado pelo uso excessivo do celular, e provoca crises de ansiedade, insônia severa, irritabilidade e explosões de raiva, em crianças de até 6 anos.

Há um estudo, publicados na JAMA Pediatrics, que confirma que o uso diário e prolongado de telas afina o córtex pré-frontal, a área do cérebro que controla o raciocínio, a linguagem, o autocontrole e a empatia.

Crianças que ficam longos tempos quietas e estão com celular na mão, não é sinal de paz, e sim de abandono digital. E a consequência vai aparecer no comportamento, na saúde mental e no futuro emocional.

Antes de entregar entretenimento, os pais deveriam se preocupar com a proteção.

Os principais sinais do burnout em crianças, envolvem:

-Cansaço físico e mental persistente, mesmo após descanso;

-Desinteresse por atividades que antes davam prazer, como brincar ou ir à escola;

-Irritabilidade, explosões de raiva e choro frequente;

-Alterações no sono (insônia ou sonolência em excesso);

-Queixas físicas como dor de cabeça, dor de barriga e enjoos recorrentes;

-Baixa autoestima e autocrítica exagerada;

-Queda no rendimento escolar;

-Isolamento social ou recusa em frequentar a escola.

A análise realizada pelo Jama Pediatrics, realizada com 22º famílias, com crianças na mesma faixa etária, trouxe como consequência da superexposição, resultou em menos interação verbal com os pais.

O pediatra, Eduardo Jorge Custódio da Silva, do Grupo de Trabalho de Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) disse que a utilização de telas é uma epidemia que piorou após a pandemia, com declínio nos indicadores de saúde física e mental.

E a Universidade Federal de Santa Catarina, publicou uma pesquisa que analisou 1.396 crianças, entre 7 e 14 anos, e constatou mudança nos hábitos alimentares, naquelas que jogam games ou assistem vídeos a noite, elas consumiam menos alimentos saudáveis e mais ultra processados.

O  livro A Geração Ansiosa, recém-lançado nos Estados Unidos e no Reino Unido e prestes a ser publicado no Brasil. Nele, o psicólogo social Jonathan Haidt, minerando os dados científicos a respeito, propõe ações urgentes, como corte do acesso do celular e redes sociais, para menores de 16 anos.

Fonte: Assis Clínica Médica