Setembro Amarelo – Dois casos de suicídio de estudantes na FURG levantou um alerta

Estão suspensas as aulas na Universidade Federal de Rio Grande, em todos os campi, devido o suicídio de dois alunos no mesmo mês.

O primeiro óbito ocorreu dia 2 de setembro, dentro do campus de Rio Grande, e a outra foi no final de semana anterior. Com isso foram reforçadas as ações de apoio psicológico e comunitário, como atividades voltadas ao acolhimento e saúde mental.

As mortes ocorreram em residências estudantis no campus de Rio Grande, uma no dia 2 de setembro e a outra no último fim de semana. A situação mobilizou a instituição a reforçar ações de apoio psicológico e comunitário.A suspensão atinge também os campi de São Lourenço do Sul, Santa Vitória do Palmar e Santo Antônio da Patrulha.

A cidade litorânea gaúcha de Torres está com um dado alarmante, maior taxa de suicídio por 100 mil habitantes de todo o RS, superando inclusive Porto Alegre e todas as Coordenadorias Regionais.

O responsável pelo Serviço de Epidemiologia Municipal, Renan Emerin, explica que entre 2022 e 2024, Torres registrou 36 mortes por suicídio, sendo 33 de moradores do município, número que corresponde a uma taxa média de 23,11 por 100 mil habitantes, bem acima da média estadual, de 14,5, e da capital, Porto Alegre, de 8,5. Em 2025, até setembro, já foram contabilizadas nove ocorrências, sete de residentes locais (dois em outros municípios) e dois de não residentes que estavam em Torres.

Quanto as tentativas de homicídio, em 2024 foram registradas 48 lesões autoprovocadas, na faixa etária entre 10 e 19 anos, por intoxicação exógena

As tentativas de suicídio revelam outro dado preocupante: somente em 2024 foram registradas 48 lesões autoprovocadas, com destaque para a faixa etária de 10 a 19 anos, que respondeu por nove casos de intoxicação exógena.

Ao todo, dos 53 registros de intoxicação no ano passado, 39 tiveram como motivação a tentativa de suicídio. Em 2025, a ingestão de medicamentos segue sendo a principal forma utilizada.

Conforme dados os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa e morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. 

Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.