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Butiá – A previsão da expansão no número de especialistas, para atendimento do TEAcolhe, é para 2026


Nesta terça-feira (13), a redação esteve entrevistando o Secretário Municipal de Saúde, Ederson Pizzio, sobre a demanda de atendimento do TEAcolhe.



META: Qual a situação do TEAcolhe hoje e o que está sendo feito?


Secretário: Não está faltando especialista, a equipe está completa. Temos fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, psicomotricista e neuropsicopedagogo.

Estão atendendo de segunda a sexta, com uma média de 182 atendimentos/terapias por semana, é um número de atendimentos bem alto. Desde a inauguração, em 11 de abril, até agora tivemos 1.851 atendimentos terapêuticos. Iniciamos no mês de abril com 251 atendimentos, em maio foram 671, em junho 578; e julho, até agora, já foram 344 atendidos.


O secretário explicou que houve uma adaptação, inclusive de profissionais, para a mudança da forma como o Ceama atendia, para a forma como o TEAcolhe atende.


-O Ceama era um serviço da educação, não era um serviço de saúde, vinha de uma metodologia diferente, mais de escola, e hoje ele não é uma escola, é focado para saúde, para o desenvolvimento integral do paciente e da família, como indicador de saúde. Agora o pessoal entendeu que é diferente, que não existe uma coisa focada apenas na escola, e sim no desenvolvimento integral e preparar a família para atender aquela criança.


Ederson declarou que o grande problema é o tamanho da demanda, que é necessária a contratação de maior número de especialistas, mas que com a realidade financeira do Município, ainda não é possível.

 

-É verdade que o número de profissionais que atendem hoje está com as agendas lotadas, e precisamos ampliar o número destes profissionais, porém quem governa tem que ter a responsabilidade de contratar e pagar em dia. Neste mês atrasamos a folha de pagamento de funcionários da Fumsa, e dos RPA, não foi pago 13° salário. Entendemos a angústia das pessoas, mas estamos agindo dentro de uma ampla reforma que está sendo feita para colocar as coisas devidamente nos seus lugares. É um baita problema, e não é uma coisa que vai se resolver de forma muito rápida, vai demorar alguns meses para se resolver.


Meta: Esse é o ponto, os relatos das mães são sobre retrocesso dos filhos com diagnóstico de TEA, que estão sem atendimento.


Secretário: Mas todas as crianças que estavam sendo atendidas antes, estão sendo atendidas agora. O nosso problema é o ingresso de novos. E ainda tem as crianças que não tem autismo, e precisam ser atendidas também, e que nós não temos um destino, o que estamos pensando é fazer uma agenda paralela, talvez num sábado, para atender estas crianças, que é um grupo pequeno.


Meta: Vou trazer entre tantos, um relato de uma mãe, com um filho de 16 anos, com diagnóstico de autismo, que já tentou contra a própria vida e foi atendido pelo psiquiatra do CAPS, mas por ter laudo de TEA, precisa ser atendido pelo TEAcolhe, e para esses casos, como consegue dar atenção?


Secretário: Não tem como furar a fila. É um serviço de saúde, sendo assim ele está regulado dentro de um protocolo. Mas pode ter o atendimento do psiquiatra, no CAPS, que atende nas quintas-feiras. E agora temos outro psiquiatra, que atende nas segundas-feiras.


META: Há um planejamento, uma previsão de ter mais especialistas para o TEAcolhe dar conta desta demanda?


Secretário: O plano municipal de saúde de 2026 a 2029 está previsto a ampliação, mas como eu disse, não adianta eu fazer demagogia com o povo e dizer que vou ampliar e não pagar os profissionais. Agora vamos colocar uma psicóloga a mais, porque tem um processo seletivo, que eu posso chamar. Aquele prédio é do Município e nós temos planejamento de fazer um centro organizado, ampliar a obra com emenda parlamentar, o projeto é bem legal e está dentro do planejamento. O aumento gradual de cotas e profissionais também está, mas precisamos sair de dentro deste buraco que nós estamos. Preciso deixar claro que não é uma questão de querer, é uma questão financeira. As emendas que entram para saúde já vêm destinadas, não podem ser utilizadas para isso.


Meta: E as negativas do SUS, como funcionam e estão sendo fornecidas as famílias?


Secretário: O que acontece, posso dar uma negativa que a pessoa está regulada. O juiz então vai dar um despacho para o Estado pagar, ou Município, pagar particular. Só que agora tem um trato da justiça com a secretaria de saúde, através do COSEMS – Conselho de secretarias municipais de saúde do RS, e através do Conasems – Conselho nacional de secretarias municipais de Saúde, que se entra via judicial com as negativas. Porém a negativa tem que falar a realidade, o que o paciente após atendimento está aguardando, então o juiz é quem vai decidir quem vai aguardar na fila. Estamos dando as negativas, ontem mesmo eu assinei duas negativas.


Meta: E já existe uma solução para evitar o episódio da criança que saiu do TEAcolhe e atravessou a rua sozinha? Algum tipo de cercamento?


Secretário: Foi uma série de erros. Primeiro que não vamos colocar grade, porque não se coloca grade em serviço de saúde. O serviço de saúde mental tem que ser acolhedor, não vou botar grade em um espaço que é para criança. Tem portaria ali, só fechar a porta quando a pessoa entra. As mães estavam indo e deixando os filhos lá, e saiam para fazer outros afazeres, e voltavam para buscar depois. Agora tem uma instrução normativa que diz que não pode haver atendimento, sem a presença dos pais ou responsáveis. É um serviço de saúde, não é uma creche. É necessário que os familiares fiquem aguardando a criança que será atendida, tem uma sala de espera organizada para isso.


O secretário ainda informou que agora os atendidos no TEAcolhe serão cadastrados no mesmo sistema da saúde municipal, sendo assim quando acessarem um médico pelo SUS será possível acessar o histórico de atendimentos. Comentou desta nova iniciativa, com entusiasmo que considera um ganho expressivo a todos.


Ainda mencionou que toma cuidado ao fazer algumas declarações para que não seja mal interpretado, como no caso de mencionar que o Ceama apenas tinha registro do número de pacientes atendidos, mas não um histórico dos atendimentos, como um prontuário que constasse a evolução com as terapias.


- No Ceama não existiam registros, e eu cuido para dizer isso porque as pessoas podem entender como se eu tivesse fazendo politicagem, e eu detesto politicagem, eu gosto de política. Em 22 anos atuando na saúde nunca usei para fazer politicagem, não deixo, não permito. A saúde tem que atender a todos, de maneira unânime, organizada e integral.

 

Estes então foram os retornos oportunizados nesta entrevista com o secretário municipal de saúde, que declarou que gostaria de conseguir contratar mais especialistas para dar conta dos atendimentos do TEAcolhe, mas que no momento, não é possível.


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